segunda-feira, 4 de maio de 2009

As Meninas: Lygia Fagundes Telles

“As Meninas,” Romance de Lygia Fagundes Telles, ganhou vários prêmios. Escrito em 1973, em período de violenta repressão da ditadura militar, é uma descrição da sociedade, por meio das três universitárias que representam as três classes sociais. Trata se uma crítica ao regime.
Mostra a realidade conturbada, o medo nesses tempos de censura e descrenças ideológicas. São expostas emoções, fragilidades e debilidades de caráter.
No primeiro momento, há a descrição das três personagens, que, mesmo com valores e origens tão diferentes, se conhecem em um pensionato de freiras em São Paulo e tornam-se amigas.
Lorena Vaz Leme, estudante de Direito na USP, passa quase toda a narrativa dentro do seu quarto cor -de -rosa, divagando sobre o mundo. Sai às vezes para universidade, o restante do tempo ficava a sonhar com o amante MN (Marcos Nemesius. Gosta de Lia e Ana e sempre as ajuda com dinheiro. Em boa parte da narrativa, espera por uma ligação de MN, que não se concretiza.
Ana Clara Conceição não sabe quem é seu pai e a mãe suicidou-se por causa dos maus tratos do amante. É uma modelo bonita, de olhos verdes, trancou o curso de Psicologia, faz análises e deixa todas as soluções “para o ano que vem.”
Em quase toda a narrativa, Ana está na cama com Max. Drogados, eles se ama, mas o relacionamento é impossível, pois Ana almeja restituir a virgindade por meio de uma cirurgia paga por Lorena e casar-se com um noivo rico. Em seus delírios, Ana clara fala dos traumas da infância pobre, quando morava entre os ratos e insetos nas construções com a mãe prostituída e os seus sucessivos amantes,da vida das amigas e do DR. Algodãozinho, dentista que deixou seus dentes apodrecerem quando era criança, para abusar dela e da mãe.
Lia de Melo Schultz, estudante de Ciências Sociais. Filha de uma baiana e um alemão, militante política, tem pretensões à escritora. Lia, ao contrário de Lorena, veste-se mal, não se preocupa com banho, com a aparência. Empenha-se em discursar sobre a burguesia alienada, a pobreza no Nordeste, das amigas e em angariar dinheiro para o “aparelho.” Seu namorado Miguel é preso, por isso acabam fugindo para o exterior.
A narrativa tem uma cronologia vaga, é feita pelas três estudantes em primeira pessoa, o que pode inicialmente confundir o leitor desatento. Mas ao longo da leitura, percebe-se a sincronia literária toda vez que a autora manipula a narração de fluxo de consciência de uma personagem para outra. A partir da identificação do estilo de cada personagem, a história se desnuda diante do leitor.
Apesar de, na maior parte do tempo, as meninas falarem por si, há também um narrador em terceira pessoa. Veja um fragmento desta narrativa.
Inclinou-se [Lorena] para os lados, numa profunda reverência, os braços em arco para trás, as mãos se tocando como pontas de asas entreabertas.
O romance, por meio de temas como política, sexo, dinheiro, identidade, solidão, discute a emancipação da mulher e a construção do feminino. Oprimidas na cidade grande, as três amigas encontram no pensionato “Nossa Senhora de Fátima” aconchego e carinho.
A história tem início quando Lorena está no quarto ouvindo Jimi Hendrix e Lia chega para pedir o carro de “mãezinha” emprestado e fica gritando do jardim, até que Lorena retorne do devaneio e lhe convide para subir e tomar chá.
Lorena carrega dois dramas: sente falta do pai falecido, por culpa da mãe, e não consegue superar a morte do irmão teve dois irmãos e em uma brincadeira de infância, Remo matou Rômulo. A paixão pelo médico casado que lhe escreve cartas também lhe atormenta.
Já Ana Clara perdeu toda a família, mas seu drama não está só no desamparo; é dependente e fraca de caráter. Porém, é a única feliz no amor.
Lia tem muitas saudades da sua terra e não é feliz com seu noivo, o terrorista Miguel, por isso descarrega todas as suas energias no ativismo.
Os assuntos abordados são sempre os mesmo do cotidiano da vida de uma mulher; a primeira vista, a temática pode parecer fútil. No entanto, as representações são bastante condizentes com o momento. Por exemplo, o amor esperado por Lorena representa a sociedade que espera a democracia. Ana Conceição sempre exclama “Pomba;” o símbolo da paz. São maestrias feitas pela autora para driblar a censura.
Para escrever “As Meninas,” Lygia Fagundes Teles se aproximou dos jovens do período militar e relatou o que acontecia, o que poderia acontecer. A obra, assim como a autora, é engajada, tem compromisso com o humano o social.“As Meninas,” Romance de Lygia Fagundes Telles, ganhou vários prêmios. Escrito em 1973, em período de violenta repressão da ditadura militar, é uma descrição da sociedade, por meio das três universitárias que representam as três classes sociais. Trata se uma crítica ao regime.
Mostra a realidade conturbada, o medo nesses tempos de censura e descrenças ideológicas. São expostas emoções, fragilidades e debilidades de caráter.
No primeiro momento, há a descrição das três personagens, que, mesmo com valores e origens tão diferentes, se conhecem em um pensionato de freiras em São Paulo e tornam-se amigas.
Lorena Vaz Leme, estudante de Direito na USP, passa quase toda a narrativa dentro do seu quarto cor -de -rosa, divagando sobre o mundo. Sai às vezes para universidade, o restante do tempo ficava a sonhar com o amante MN (Marcos Nemesius. Gosta de Lia e Ana e sempre as ajuda com dinheiro. Em boa parte da narrativa, espera por uma ligação de MN, que não se concretiza.
Ana Clara Conceição não sabe quem é seu pai e a mãe suicidou-se por causa dos maus tratos do amante. É uma modelo bonita, de olhos verdes, trancou o curso de Psicologia, faz análises e deixa todas as soluções “para o ano que vem.”
Em quase toda a narrativa, Ana está na cama com Max. Drogados, eles se ama, mas o relacionamento é impossível, pois Ana almeja restituir a virgindade por meio de uma cirurgia paga por Lorena e casar-se com um noivo rico. Em seus delírios, Ana clara fala dos traumas da infância pobre, quando morava entre os ratos e insetos nas construções com a mãe prostituída e os seus sucessivos amantes,da vida das amigas e do DR. Algodãozinho, dentista que deixou seus dentes apodrecerem quando era criança, para abusar dela e da mãe.
Lia de Melo Schultz, estudante de Ciências Sociais. Filha de uma baiana e um alemão, militante política, tem pretensões à escritora. Lia, ao contrário de Lorena, veste-se mal, não se preocupa com banho, com a aparência. Empenha-se em discursar sobre a burguesia alienada, a pobreza no Nordeste, das amigas e em angariar dinheiro para o “aparelho.” Seu namorado Miguel é preso, por isso acabam fugindo para o exterior.
A narrativa tem uma cronologia vaga, é feita pelas três estudantes em primeira pessoa, o que pode inicialmente confundir o leitor desatento. Mas ao longo da leitura, percebe-se a sincronia literária toda vez que a autora manipula a narração de fluxo de consciência de uma personagem para outra. A partir da identificação do estilo de cada personagem, a história se desnuda diante do leitor.
Apesar de, na maior parte do tempo, as meninas falarem por si, há também um narrador em terceira pessoa. Veja um fragmento desta narrativa.
Inclinou-se [Lorena] para os lados, numa profunda reverência, os braços em arco para trás, as mãos se tocando como pontas de asas entreabertas.
O romance, por meio de temas como política, sexo, dinheiro, identidade, solidão, discute a emancipação da mulher e a construção do feminino. Oprimidas na cidade grande, as três amigas encontram no pensionato “Nossa Senhora de Fátima” aconchego e carinho.
A história tem início quando Lorena está no quarto ouvindo Jimi Hendrix e Lia chega para pedir o carro de “mãezinha” emprestado e fica gritando do jardim, até que Lorena retorne do devaneio e lhe convide para subir e tomar chá.
Lorena carrega dois dramas: sente falta do pai falecido, por culpa da mãe, e não consegue superar a morte do irmão teve dois irmãos e em uma brincadeira de infância, Remo matou Rômulo. A paixão pelo médico casado que lhe escreve cartas também lhe atormenta.
Já Ana Clara perdeu toda a família, mas seu drama não está só no desamparo; é dependente e fraca de caráter. Porém, é a única feliz no amor.
Lia tem muitas saudades da sua terra e não é feliz com seu noivo, o terrorista Miguel, por isso descarrega todas as suas energias no ativismo.
Os assuntos abordados são sempre os mesmo do cotidiano da vida de uma mulher; a primeira vista, a temática pode parecer fútil. No entanto, as representações são bastante condizentes com o momento. Por exemplo, o amor esperado por Lorena representa a sociedade que espera a democracia. Ana Conceição sempre exclama “Pomba;” o símbolo da paz. São maestrias feitas pela autora para driblar a censura.
Para escrever “As Meninas,” Lygia Fagundes Teles se aproximou dos jovens do período militar e relatou o que acontecia, o que poderia acontecer. A obra, assim como a autora, é engajada, tem compromisso com o humano o social.

sábado, 18 de outubro de 2008

Minha razão de viver, memórias de um repórter

Minha razão de viver, memórias de um repórter, é a biografia da vida do jornalista Samuel Wainer, seus pais eram judeus e tinham oito filhos, durante a infância morou no bairro do Bom Retiro, (São Paulo).
Na infância, Wainer gostava muito de ler, mas afirma que nem na adolescência não chegou a se destacar por escrever bem, aprendeu a redigir ajudando a fazer no Rio de Janeiro, o jornal da Associação de Estudantes Israelitas. No ano de 1933, foi responsável por uma coluna, no Diário de Notícias, com objetivo de divulgar o ponto de vista da comunidade Israelita, depois colaborou na edição Almanaque Israelita. Sendo o que ganhava com o jornalismo insuficiente para a sobrevivência, trabalhava também de leiloeiro com o seu irmão, além de freqüentar aulas em um curso de farmácia que não chegou a concluir.
Casou-se três vezes; sua primeira mulher foi Bluma, depois se casou com Isa de Sá Reis, e finalmente com Danuza Leão. Teve três filhos: Pinky, Samuca e Bruno. Uma característica marcante na hora de suas entrevistas, é que ele não fazia anotações, deixando o entrevistado muito à vontade. E foi isso que aconteceu na sua primeira entrevista com Getúlio Vargas, publicada no Diário de Notícias.
Wainer tem uma importância inegável na história do jornalismo brasileiro, um claro exemplo é o papel político que exerceu no segundo governo de Getúlio Vargas. Tudo começou nas eleições de 1950, quando Samuel Wainer era um repórter dos Diários Associados de Assis Chateaubriand e resolveu tentar uma improvavel entrevista com Getúlio Vargas em seu retiro gaúcho. Nos trinta anos seguintes, o “Profeta” apelido dado por Getúlio Vargas, seria um privilegiado espectador do seu tempo e um protagonista da História . Íntimo amigo de três presidentes da República –Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart-, Samuel Wainer conheceu e influenciou como nem um outro jornalista os bastidores do poder.
Em sua carreira participou de várias revistas entre elas Diretrizes, na qual foi diretor de redação, e objetivo da revista era combater a Ditadura no Brasil e a marcha nazista, trabalhou também, na revista O Cruzeiro, Revista Comteporânea, Tv Tupi, e implantou a primeira emissora de rádio; fez entrevista sobre o petróleo na Palestina, o trigo no Rio Grande do Sul, entre outras.
Com créditos fornecidos pelo Banco do Brasil fundou seu próprio jornal A Última Hora, um jornal amplamente político e favorável a Getúlio, para sustentar o populismo contra uma imprensa antipopulista e antivarguista. Teria em como seus grandes inimigos Assis Chateaubriand, e Carlos Lacerda, que haviam trabalhado com ele em Diretrizes. Carlos Lacerda auxiliado por Assis Chateaubriand atacava Última Hora sob o pretexto, de que o jornal era uma ameaça à liberdade de imprensa.
Afirmavam também que o empréstimo concedido pelo banco do Brasil era ilegal. Não conseguindo atingir a credibilidade do jornalista e nem diminuir a venda de exemplares, Carlos Lacerda, tentou provar que Samuel Wainer, não poderia dirigir um jornal no Brasil pois teria nascido na Bessarábia, território Russo em 1910, e que teria ganhado certidão de nascimento falsa aqui no Brasil. O fato abalou a credibilidade de Wainer e do jornal, aliado ao suícidio de Getúlio Vargas, ao golpe militar em 1964, quando o jornalista foi exilado e passou a morar em Paris. Tudo isso determinaria a venda da Última Hora, mas não o fim do principado do “profeta,” que passou a trabalhar como colunista na Folha de São Paulo.
Depois de ter sido dono de um grande império jornalístico e atuar decisivamente na História do país, Wainer morreu empobrecido e ainda hoje restam dúvidas sobre a sua nacionalidade. Se não foi um modelo do que fazer, pelo menos mostra o que não deve fazer um jornalista.



Wainer, Minha razão de viver, memórias de um repórter.
Editora: Record, 1988

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A imparcialidade e a objetividade no jornalismo. Mito?

A imparcialidade é o mito moderno, pois a imprensa aborda os acontecimentos de acordo com os interesses de grupos ideológico, político ou cultural. Não são raros os casos em que o jornalista confunde sua opinião com o acontecimento a ser relatado.
Um jornalismo imparcial não quer dizer falta de posicionamento, mas significa que o meio de comunicação não se utilizará da sua opinião ou de terceiros para manipular o público.
A técnica jornalística apurada e o cuidado para manter uma linguagem objetiva, que bloqueie o uso de subjetividade, funcionam como pretexto para criar a imagem de instituições que permitem trazer um relato fiel dos fatos para o público.
Segundo Paulo Freire nenhum discurso é totalmente imparcial, pois a pessoa sempre estará compromissada comsigo mesma, com a comunidade em que vive, com a cultura local, por isso imparcialidade total é impossível de ser conseguida.
O que é necessário é uma reavaliação nas leis que regem o jornalismo, mas quando se propõe algo nesse sentido o discurso é o de sempre, pode ser um risco a liberdade de imprensa, no entanto os grandes meios de comunicação estão se empenhando cada vez mais em transformá-la em liberdade de empresa.
O bom profissional de jornalismo tem que ser ético. Ele é um ser dotado de opinião como qualquer outro, mas não pode usá-la para servir os interesses da mídia imperialista em vez de usar para beneficio social.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Estão abertas as inscrições para os cursos básicos da ETB.

Os Cursos Básicos da Escola Técnica de Brasília (ETB) são reabertos após terem sidos cancelados em agosto, por recomendação do Ministério Público sob a alegação de que a ETB (Escola Técnica de Brasília), sendo uma entidade pública, não poderia cobrar a taxa de inscrição.

A Escola Técnica de Brasília é uma unidade pública de ensino localizada na vila areal em Taguatinga-DF, vinculada à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia. Além dos Cursos Técnicos de Nível Médio regular (Eletrônica, Eletrotécnica, Telecomunicações e Informática), a escola oferece curso de capacitação inicial e continuada do trabalhador, conhecido popularmente como curso básico com duração de quarenta horas. O coordenador dos cursos básicos da ETB Roberto Soares Felipe afirmou que as inscrições estão abertas até sexta féria dessa semana e para todos será cobrada uma taxa de cem reais.
Segundo o coordenador Roberto, o curso básico existe há nove anos e sempre cobrou a taxa de recursos instrucionais, com o propósito de contrata professores temporários. Ele afirma que 70% da taxa é dedicada a este fim. O restante é utilizado com a compra do material didático entregue ao aluno e para consertos dos computadores.
Roberto afirma que a ETB não tem fins lucrativos. “O ministério Público se manifestou fazendo uma sugestão que a escola se abstivesse da taxa de matrícula, o que não ocorreu, pois não seria possível a manutenção dos cursos básicos.”
O coordenador disse ainda, que os cursos básicos são muito importante para a população e para inclusão digital, é importante ter uma capacitação para se destacar no mercado de trabalho.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A falta de ética no Jornalismo

O papel dos meios de comunicação é prestar um serviço social, para regulamentar as atividades exercidas pelos jornalistas existe o código de ética do jornalismo.
Apesar da abrangência do código de ética com relação, ao direito a informação, de qualidade, defesa dos interesses públicos, precisão da informação, existe atualmente uma crise de referencias por falta de ética profissional, a imprensa perde credibilidade.
O jornalismo escrito no país arma disparates disfarçados sobre o nome de notícia para manipular o leitor. A denúncia descompromissada com os termos do código de ética acontece em outros meios de comunicação, mas o jornalismo denúncia é mais comum na imprensa escrita, pelo tempo que pode ser dedicado a apuração e pelo espaço para divulgação. No entanto, a televisão utiliza cada vez mais sempre com uma dose extra de sensacionalismo.
A destruição de reputação tem sido uma maneira recorrente para atingir a oposição seja ela política ou ideológica, vitima políticos ou jornalista, a ação é uma tentativa de não permitir a livre circulação de idéias.
Demonstrando o descompromisso com a veracidade da notícia e num ato de tentativa destruição de reputação e impedimento da livre circulação de idéias o jornalista Diogo Mainard, publicou em 06 de setembro de 2006, o texto “a voz do pt” que fazia uma série de críticas ao portal do IG; em especial ao jornalista Paulo Henrique Amorin. No texto Mainardi afirmou que Amorin está “engajado pessoalmente na batalha comercial do lulismo contra Daniel Dantas” por isso receberia 80 mil reais por mês.
Paulo Henrique Amorin entrou com processo. A quinta Câmara do Tribunal de Justiça de São Paulo considerou “abuso de liberdade de imprensa.” O colunista da Veja Diogo Mainard e a Editora Abril foram condenados por danos morais, segundo reportagem da Carta Capital, ambos terão que pagar 500 salários mínimos, 207,5 mil reais. Cabe recurso no STJ.
Infelizmente, nem todos os excessos e descumprimento do código de ética são punidos.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Movimento Tropicália


1968 é um marco na história do mundo. Nesse contexto movimentos culturais fervilhavam em todo o Brasil, com oficinas de teatro e música. Artistas de todas as áreas vêem na cultura uma forma de manifestação social, na luta pelo restabelecimento da democracia.

Na música surge o Tropicalismo, influência das correntes de vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira, como o rock e o concretismo. Junto com manifestações tradicionais da cultura brasileira.

O Tropicalismo foi um movimento de ruptura, que sacudiu o ambiente da música popular, cujos destaques foram os cantores-compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil. Além das cantoras Nara Leão, Gal Costa, do cantor e compositor Tom Zé, da banda Mutantes e do maestro Rogério Duprat. Destaque também para os letristas José Carlos Capinan, Torquato Neto, entre outros.

A MPB se transformaria num campo de batalha, apresentando dois marcos: em1958, a Bossa Nova e, em 1968, a Tropicália. Sendo o principal duelo o antagonismo entre a obra de Caetano Veloso e Chico Buarque.

O impacto causado pela revolução musical foi tão grande que no III Festival Internacional da Canção, no Teatro da Universidade Católica de São Paulo, em setembro, ao defender com os Mutantes a canção É “Proibido Proibir”, que compôs a partir de um slogan do movimento estudantil francês, Caetano foi agredido com ovos e tomates pela platéia. O compositor reagiu com um discurso, que se transformou em um histórico happening: "Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder?," desafiou o baiano. Para aqueles universitários, a guitarra elétrica e o rock eram símbolos do imperialismo norte-americano.

Debaixo de vaias, mas apoiado por Gilberto Gil, Caetano fechou o discurso "Vocês não estão entendendo nada nada." Disse que a juventude estava querendo policiar a música, comparado-os aos militares. Referindo-se ao júri, que contava com a presença de Nara Leão, disse: "Podem me desclassificar.”

Caetano obteve uma ótima classificação, mas, inconformado com a desclassificação da música de Gilberto Gil, retirou a sua da competição.

Outros artistas do movimento Tropicália continuaram no concurso. No entanto, os vencedores foram Chico Buarque e Tom Jobim, com a música "Sabiá." Em segundo lugar ficou Geraldo Vandré com a música "Pra não dizer que não falei de flores." O que gerou polêmica. Os estudantes desejavam que ganhasse Vandré, pois sua composição era a reconhecida música de protesto. Ao subir ao palco para receber o prêmio, Tom Jobim foi vaiado. Chico Buarque se livrou porque estava em turnê no exterior. A letra da música de Geraldo Vandré virou hino dos estudantes e lhe rendeu perseguições militares.

As influências do Tropicalismo perduram até hoje. Gilberto Gil é ministro da Cultura, e representa a influência do movimento Tropicalista na cultura brasileira e na MPB.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Onde por a vírgular?








Escrever se constitui um desafio, principalmente entre jovens. Para eles, receber uma folha em branco com um tema para fazer uma dissertação no vestibular é um campo de trabalho forçado.



Em uma quinta-feira o jornalista Antônio Marcos estava em casa, quando recebeu um telefonema de uma mãe que lhe pedia encarecidamente que ensinasse seu filho escrever. O jornalista explicou à senhora que não poderia ajudar, pois não era professor. Além disso, não escrevia tão bem. Geralmente, esquecia as vírgulas e dava muito trabalho ao revisor.



Ao contar o caso a um professor, ele respondeu que, normalmente os estudantes brasileiros não sabem escrever, porque estão perdendo o hábito da escrita e da leitura.

Os jovens atuais não escrevem diários, não escrevem nas portas do banheiro.E, como consequência disso, são facilmente manipulados.

Zuenir Ventura, em seu livro " 1968, o ano que não terminou," afirma: " A geração de 68 talvez tenha sido a última geração literária do Brasil- pelo menos no sentido que seu aprendizado intelectual e sua percepção estética foram forjados pela leitura. Foi criada lendo, pode se dizer, mais do que vendo." " Uma formação altamente literalizada lhe deu o gosto da palavra argumentativa."

Além de não saber escrever, os jovens de hoje não têm consciência política

porque, apesar da dimensão tomada pela informação, eles simplesmente perderam o prazer pela leitura.

Se as pessoas perdessem totalmente o hábito da leitura, os jornalista escreveriam para quem? Talvez daqui a alguns anos não teriam emprego, mas o que muitos realmente querem saber é onde por a vírgula.