Minha razão de viver, memórias de um repórter
Minha razão de viver, memórias de um repórter, é a biografia da vida do jornalista Samuel Wainer, seus pais eram judeus e tinham oito filhos, durante a infância morou no bairro do Bom Retiro, (São Paulo).
Na infância, Wainer gostava muito de ler, mas afirma que nem na adolescência não chegou a se destacar por escrever bem, aprendeu a redigir ajudando a fazer no Rio de Janeiro, o jornal da Associação de Estudantes Israelitas. No ano de 1933, foi responsável por uma coluna, no Diário de Notícias, com objetivo de divulgar o ponto de vista da comunidade Israelita, depois colaborou na edição Almanaque Israelita. Sendo o que ganhava com o jornalismo insuficiente para a sobrevivência, trabalhava também de leiloeiro com o seu irmão, além de freqüentar aulas em um curso de farmácia que não chegou a concluir.
Casou-se três vezes; sua primeira mulher foi Bluma, depois se casou com Isa de Sá Reis, e finalmente com Danuza Leão. Teve três filhos: Pinky, Samuca e Bruno. Uma característica marcante na hora de suas entrevistas, é que ele não fazia anotações, deixando o entrevistado muito à vontade. E foi isso que aconteceu na sua primeira entrevista com Getúlio Vargas, publicada no Diário de Notícias.
Wainer tem uma importância inegável na história do jornalismo brasileiro, um claro exemplo é o papel político que exerceu no segundo governo de Getúlio Vargas. Tudo começou nas eleições de 1950, quando Samuel Wainer era um repórter dos Diários Associados de Assis Chateaubriand e resolveu tentar uma improvavel entrevista com Getúlio Vargas em seu retiro gaúcho. Nos trinta anos seguintes, o “Profeta” apelido dado por Getúlio Vargas, seria um privilegiado espectador do seu tempo e um protagonista da História . Íntimo amigo de três presidentes da República –Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart-, Samuel Wainer conheceu e influenciou como nem um outro jornalista os bastidores do poder.
Em sua carreira participou de várias revistas entre elas Diretrizes, na qual foi diretor de redação, e objetivo da revista era combater a Ditadura no Brasil e a marcha nazista, trabalhou também, na revista O Cruzeiro, Revista Comteporânea, Tv Tupi, e implantou a primeira emissora de rádio; fez entrevista sobre o petróleo na Palestina, o trigo no Rio Grande do Sul, entre outras.
Com créditos fornecidos pelo Banco do Brasil fundou seu próprio jornal A Última Hora, um jornal amplamente político e favorável a Getúlio, para sustentar o populismo contra uma imprensa antipopulista e antivarguista. Teria em como seus grandes inimigos Assis Chateaubriand, e Carlos Lacerda, que haviam trabalhado com ele em Diretrizes. Carlos Lacerda auxiliado por Assis Chateaubriand atacava Última Hora sob o pretexto, de que o jornal era uma ameaça à liberdade de imprensa.
Afirmavam também que o empréstimo concedido pelo banco do Brasil era ilegal. Não conseguindo atingir a credibilidade do jornalista e nem diminuir a venda de exemplares, Carlos Lacerda, tentou provar que Samuel Wainer, não poderia dirigir um jornal no Brasil pois teria nascido na Bessarábia, território Russo em 1910, e que teria ganhado certidão de nascimento falsa aqui no Brasil. O fato abalou a credibilidade de Wainer e do jornal, aliado ao suícidio de Getúlio Vargas, ao golpe militar em 1964, quando o jornalista foi exilado e passou a morar em Paris. Tudo isso determinaria a venda da Última Hora, mas não o fim do principado do “profeta,” que passou a trabalhar como colunista na Folha de São Paulo.
Depois de ter sido dono de um grande império jornalístico e atuar decisivamente na História do país, Wainer morreu empobrecido e ainda hoje restam dúvidas sobre a sua nacionalidade. Se não foi um modelo do que fazer, pelo menos mostra o que não deve fazer um jornalista.
Wainer, Minha razão de viver, memórias de um repórter.
Editora: Record, 1988
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