quarta-feira, 28 de maio de 2008

Brasília 16, de maio de, 2008.
Adriana de Araújo Alves
Jornalismo: 1 Semestre
Criatividade e Inovação.

1968, o ano que não terminou. “Resenha Crítica”:

O livro do jornalista Zuenir Ventura, “1968 o ano que não terminou”, é um relato dos fatos marcantes acontecidos no Brasil em âmbito, social, cultural e político.
A revolução ocorrida nesse ano mudaria o rumo do país. Foram anos de pesquisa e depoimentos para fazer a reconstituição de 68. Na tentativa de fazer o retrato perfeito da juventude que queria mudar o mundo, Zuenir Ventura ouviu muitos personagens.
No mundo todo era um ano de protesto. A intervenção americana no Vietnã mobilizou a juventude dos quatro-cantos do planeta. Eles também questionavam os valores sociais. Enquanto isso, aqui no Brasil instalara-se um Regime Ditatorial. Os jovens lutavam contra o autoritarismo social e por parte do Estado. Não entendiam como seus pais haviam apoiado o regime.
Zuenir inicia seu relato pela festa de reveillon. Segundo expectativas, seria um ano tranqüilo e sem muitas novidades. Em Março, inicia-se protesto contra a ditadura e a organização do movimento estudantil. No dia 28 daquele mesmo mês, o estudante Edson Luís é atingido pela polícia em manifestação no Rio de Janeiro, contra o fechamento do restaurante universitário Calabouço.
A morte do estudante foi o estopim para a explosão de protesto estudantil em todo o país e causou grande comoção social, aumentando a insatisfação da classe média com o regime militar.
A partir de então, grupos sociais aderiram à luta contra a ditadura, apoiando o movimento estudantil. Praticamente toda a sociedade carioca compareceu ao enterro do estudante. A organização das mães dos estudantes carregava cartazes com frase como “poderia ser seu filho.” A passeata até o cemitério aconteceu de forma pacífica. Já na missa de sétimo dia, na igreja Candelária, os estudantes foram atacados por policiais. Os enfrentamentos eram constantes, deixando estudantes e policiais feridos. Um dos episódios mais violentos foi a “sexta feira sangrenta”.
No dia 26 de Junho, a Passeata dos 100 mil foi organizada para protestar contra a violência militar. Teve apoio de intelectuais, como Clarisse Lispector. Vladimir Palmeira ex-líder do movimento estudantil é um dos entrevistados e relata detalhes da luta dos jovens.
Infelizmente, o movimento estudantil não conseguiu resistir. Muitos militantes foram presos, torturados, executados ou exilados. Mas conseguiram implantar reformas importantes na sociedade e no ensino superior.
68 foi um ano de ebulição não só em âmbito político, mas também sociais e culturais. Além disso, movimentos artísticos fervilharam. Zuenir Ventura descreve com detalhes o movimento Tropicália, as disputas entre a valorização nacional e a influência internacional, juntamente com elementos da cultura negra, as intrigas entre Caetano Veloso e Chico Buarque. O jornalista é minucioso quando se refere ao Festival de Música Brasileira de 1968. Reproduz o discurso proferido por Caetano Veloso, após tentar cantar a música “È Proibido Proibir” acompanhado ao som da guitarra e ser vaiado; “vocês não estão entendendo nada de nada”. Conta também do apoio de Gilberto Gil a Caetano tanto no festival como na prisão.
O livro conta ainda com o depoimento de Chico Buarque. Com 24 anos, ele escreveu a peça “Roda-Viva”, que em sua temporada paulista encerrou-se após ataque do Comando de Caça aos Comunistas. Os atores foram espancados, Marília Pêra foi despida e levada às ruas e depois, presa.
Nos últimos capítulos, Zuenir conta o que aconteceu em torno do decreto AI 5. A dificuldade dos jornais de transmitir informações diante da censura prévia, que supervisionava também os trabalhos artísticos, peças, músicas, filmes, novelas e outros.
“1968, o ano que não terminou”, é um relato da juventude brasileira, protagonista da resistência democrática à ditadura. E responsável por mudanças que se perpetuariam nas gerações posteriores.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Onde ponho a virgula ?



Quinta feira recebi um telefonema, que me deixou desconcertado. Uma senhora pedia que eu ensinasse seu filho a escrever.Ao que retruquei :




-Mas, senhora, eu não sou professor.




-Por isso mesmo. Os professores não estão conseguindo.




-A culpa não é deles é do ensino que é ruim.




- Pode ser, mas o senhor escreve tão bem. Poderia ajudá-lo.




-Senhora, eu agradeço o elogio. Mas, na verdade, nem escrevo tão bem. Quase sempre esqueço as vírgulas e dou muito trabalho ao revisor.




A muito custo, convenci a senhora de eu não era a pessoa certa para ensinar o seu filho a escrever. Quando relatei o caso a um professor de texto, ele me disse.




comum. As pessoas hoje não sabem escrever. Os adolescentes não escrevem em diários, não escrevem em portas de banheiro. Uma folha em branco, com um título para dissertação no vestibular é um campo de trabalho forçado.



Respondi o seguinte.- Melhor. Terei o meu emprego por mais alguns anos.



-Na verdade, muitos jornalistas escrevem mal. Porém, como a maioria da população não sabe lidar com a arte das palavras, esses profissionais são considerados intelectuais.



Aquilo me pareceu uma ofensa pessoal. Porém, fiz-me de desentendido e falei sobre as pérolas do último vestibular da UNB. Ele lembrou-se de um texto de um aluno do ensino médio, que havia encontrado na Internet.



- Leia este texto.



Li em voz alta.







" Violência e Miséria



A violência no Brasil acontece pela diferença social que existe na sociedade brasileira.



O Brasil está melhorando, crescendo e progredindo, só que existe a má distribuição de renda para as populações. Assim, o cidadão menos privilegiado, vivendo na miséria, fica revoltado e tem como uma solução de vida violentar os outros para sobreviver.



Para outros, a sobrevivência formada na miséria é se adaptar às drogas para fugir da realidade e não saber o que faz.



Dentro dessas desigualdades, encontra-se o comércio clandestino de armas que se transforma em um ato comum do dia- a-dia do cidadão. A arma é usada como utensílio doméstico.


Entretanto, o Estado deve dar prioridade à classe baixa, investindo em educação, moradia e saúde , uma distribuição de renda bem feita, para chegarem numa condição melhor e para que esta parte social não tenha necessidade de procurarem e violentarem outras pessoas para terem uma vida decente. (Aluno do3 ano do ensino médio)"


_ Realmente os estudantes não sabem escrever.


- As pessoas não sabem escrever porque estão perdendo o hábito da leitura. E quando o perderem completamente, você vai escrever para quem?



-É um dado que eu não tinha levado em consideração. Talvez, daqui a alguns anos, eu não tenha emprego.



Pensei nas utilidades que o jornal teria no futuro.



Mas o que eu realmente queria saber era o que onde ponho a vírgula.




terça-feira, 20 de maio de 2008

Ètica e responsabilidade na imprensa.

Por falta de ética profissional, a imprensa perde a credibilidade. O jornalismo escrito no país arma disparates disfarçados sob o nome de notícia para manipular o leitor.

Um dos conceitos da ética jornalística é a imparcialidade. No entanto, a imprensa política, a serviço da classe dominante, distribui as cartas de um jogo sujo de manipulação basta citar a imprensa amplamente de direita. Folha de São Paulo, Revista Veja, Época, TV Globo. Nas últimas eleições presidenciais estavam todas em um complô contra a reeleição do presidente Lula.

São inúmeros os caso de irresponsabilidade com a informação transmitida. Há alguns anos o jornalista da revista americana "The New Republic" Stephen Gloss foi protagonista de um grande escandâlo, quando descobriu que 27 dos seus 41 textos eram forjados. O caso foi retratado no filme, o preço de uma verdade.

Este não foi um caso isolado nos Estados Unidos . A imprensa Brasileira, que em parte segue o modelo de jornalismo americano, deixa claro que ultrapassa os limites entre a notícia e a ficção. Recentemente, o jornalista Luís Nassif publicou em seu blog o "Dossiê Veja", em que faz denúncias contra o anti jornalismo da revista.

Nassif acusa jornalista de "Veja" de manipulação de notícias, usar fontes duvidosas, publicação de ficções, destruição de reputação, entre outras práticas contrárias á ética jornalística.

No Dossiê, ao longo dos capítulos, Luís Nassif desvenda algumas armações de matérias e entrevistas, como as que envolvem, o banqueiro Daniel Dantas, os jornalista da Veja Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo. Além de personalidades, como editores e publicitários ligados à revista.

Pela primeira vez na história do Brasil, a grande imprensa é questionada e sua credibilidade é colocada à prova, para mostrar a ela que não é seu dever criar culpados, denunciá-los, julgá-los,e condená-los ao seu bel prazer.

È necessário que se cumpram a leis que regem a profissão do jornalista no país. Liberdade de imprensa não significa que os donos dos meios de comunicação, possam " manipular notícias para propósitos de interesses empresariais."

segunda-feira, 12 de maio de 2008

O preço de uma Verdade

O preço de uma verdade é um filme do roteirista e director Belly Boys baseado em fatos reais.Lançado em 2003, a trama exibe a história do jovem jornalista Stephen Gloss.

Falante e persuasivo, Stephen foi destaque em grande parte das reuniões de pauta da Revista Americana "the New Republic"Inovador, transformou suas idéias em reportagens que se consagraram na revista.Já famoso, chegou ao cargo de director associado.

Todo o desenvolvimento da trama é contado pelo jornalista como se fosse uma palestra na universidade de jornalismo onde estudou.

O brilhantismo entra em colapso quando ele propõe escrever sobre a história de um hacker de 13 anos. O garoto prodígio invadiu o sistema de informação de uma grande empresa de software. A reportagem, de título. "o Paraíso dos hackers", foi publicada na revista em 1998.

Cobrado pelo chefe por não cobrir o assunto, Adam Penenberg, repórter da Forbes Digital, começa a investigar e descobre que a matéria é falsa.

Stephen tenta comprova que a matéria é verdadeira, mostrando ao seu editor- chefe as anotações com informações sobre as fontes. No entanto, as anotações não passam de ficção. As fontes simplesmente não existem.

Este só seria o início de uma investigação que desencadeou na descoberta que 27 dos 41 textos dele publicados pela revista" The New Republic"eram forjados.

Após ter manchado a credibilidade de uma revista consagrada, ele acabou demitido.Uma das últimas cenas do filme retrata a palestra na universidade de jornalismo e Stephen sendo aplaudido, o que não passa de sua imaginação. A sala está vazia.

Notícias não se criam, são apuradas, hoje o protagonista deste filme não é jornalista, escreveu um livro contando a própria história.

Cultura Alternativa.

Brasília 12, de maio de, 2008.

Eu sou Adriana de Araújo, estudante de jornalismo no IESB.

Este blog é para todos que gostam de cultura e queiram trocar informações, sobre os movimentos artistíco ao longo da gerações.Aqui todos as vertentes da arte serão bem vindas.Teatro, literatura, música, dança e todas as formas de manifestações culturais.
Os meus primeiros texto serão sobre o ano de 1968 e o seu contexto revolucionário.
Movimentos culturais como o tropicalismo, a peça roda viva (Chico Buarque) serão tema de debates.
Além disso, tenho expectativa de passar e obter do leitor informações e opiniões sobre peças de teatro e os demais eventos culturais, acontecidos em Brasília. E claro também são válidos eventos em outros lugares do Brasil, resenha de livros e filmes, pois a arte não tem fronteiras.

Espero que este blog seja útil para estudantes de jornalismo, de arte e para todos aqueles que vêem na cultura uma forma de manifestação social.