sexta-feira, 13 de junho de 2008

Movimento Tropicália


1968 é um marco na história do mundo. Nesse contexto movimentos culturais fervilhavam em todo o Brasil, com oficinas de teatro e música. Artistas de todas as áreas vêem na cultura uma forma de manifestação social, na luta pelo restabelecimento da democracia.

Na música surge o Tropicalismo, influência das correntes de vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira, como o rock e o concretismo. Junto com manifestações tradicionais da cultura brasileira.

O Tropicalismo foi um movimento de ruptura, que sacudiu o ambiente da música popular, cujos destaques foram os cantores-compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil. Além das cantoras Nara Leão, Gal Costa, do cantor e compositor Tom Zé, da banda Mutantes e do maestro Rogério Duprat. Destaque também para os letristas José Carlos Capinan, Torquato Neto, entre outros.

A MPB se transformaria num campo de batalha, apresentando dois marcos: em1958, a Bossa Nova e, em 1968, a Tropicália. Sendo o principal duelo o antagonismo entre a obra de Caetano Veloso e Chico Buarque.

O impacto causado pela revolução musical foi tão grande que no III Festival Internacional da Canção, no Teatro da Universidade Católica de São Paulo, em setembro, ao defender com os Mutantes a canção É “Proibido Proibir”, que compôs a partir de um slogan do movimento estudantil francês, Caetano foi agredido com ovos e tomates pela platéia. O compositor reagiu com um discurso, que se transformou em um histórico happening: "Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder?," desafiou o baiano. Para aqueles universitários, a guitarra elétrica e o rock eram símbolos do imperialismo norte-americano.

Debaixo de vaias, mas apoiado por Gilberto Gil, Caetano fechou o discurso "Vocês não estão entendendo nada nada." Disse que a juventude estava querendo policiar a música, comparado-os aos militares. Referindo-se ao júri, que contava com a presença de Nara Leão, disse: "Podem me desclassificar.”

Caetano obteve uma ótima classificação, mas, inconformado com a desclassificação da música de Gilberto Gil, retirou a sua da competição.

Outros artistas do movimento Tropicália continuaram no concurso. No entanto, os vencedores foram Chico Buarque e Tom Jobim, com a música "Sabiá." Em segundo lugar ficou Geraldo Vandré com a música "Pra não dizer que não falei de flores." O que gerou polêmica. Os estudantes desejavam que ganhasse Vandré, pois sua composição era a reconhecida música de protesto. Ao subir ao palco para receber o prêmio, Tom Jobim foi vaiado. Chico Buarque se livrou porque estava em turnê no exterior. A letra da música de Geraldo Vandré virou hino dos estudantes e lhe rendeu perseguições militares.

As influências do Tropicalismo perduram até hoje. Gilberto Gil é ministro da Cultura, e representa a influência do movimento Tropicalista na cultura brasileira e na MPB.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Onde por a vírgular?








Escrever se constitui um desafio, principalmente entre jovens. Para eles, receber uma folha em branco com um tema para fazer uma dissertação no vestibular é um campo de trabalho forçado.



Em uma quinta-feira o jornalista Antônio Marcos estava em casa, quando recebeu um telefonema de uma mãe que lhe pedia encarecidamente que ensinasse seu filho escrever. O jornalista explicou à senhora que não poderia ajudar, pois não era professor. Além disso, não escrevia tão bem. Geralmente, esquecia as vírgulas e dava muito trabalho ao revisor.



Ao contar o caso a um professor, ele respondeu que, normalmente os estudantes brasileiros não sabem escrever, porque estão perdendo o hábito da escrita e da leitura.

Os jovens atuais não escrevem diários, não escrevem nas portas do banheiro.E, como consequência disso, são facilmente manipulados.

Zuenir Ventura, em seu livro " 1968, o ano que não terminou," afirma: " A geração de 68 talvez tenha sido a última geração literária do Brasil- pelo menos no sentido que seu aprendizado intelectual e sua percepção estética foram forjados pela leitura. Foi criada lendo, pode se dizer, mais do que vendo." " Uma formação altamente literalizada lhe deu o gosto da palavra argumentativa."

Além de não saber escrever, os jovens de hoje não têm consciência política

porque, apesar da dimensão tomada pela informação, eles simplesmente perderam o prazer pela leitura.

Se as pessoas perdessem totalmente o hábito da leitura, os jornalista escreveriam para quem? Talvez daqui a alguns anos não teriam emprego, mas o que muitos realmente querem saber é onde por a vírgula.